terça-feira, 15 de novembro de 2016

Ecologia Espiritual

Ecologia Espiritual: Conferncia Ecologia EspiritualPor Jorge MoreiraNa Sociedade Teosfica de Portugal LIsboaEcologia espiritual ancestral. A sua importncia atual prende-se com a resposta profunda que poder dar crise mul

sexta-feira, 25 de abril de 2014

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Help the Iberian Wolf



“Don’t let our wolves become homeless” is a campaign to raise money to buy the 17-hectare site on which the Iberian Wolf Recovery Center (IWRC) has stood for the last 25 years. Today, the survival of the Center is at risk and depends entirely on the purchase of this land. If we don't reach the necessary target, we risk having to find another site to start all over again. Your contribution is critical for the continuation of this project. By having your support we can provide rescued wolves with a safe and natural habitat and create a new future for this fascinating predator. More informations: http://www.indiegogo.com/projects/help-the-iberian-wolf

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Arouca Geopark acolhe a 11ª Conferência Europeia de Geoparques

Geoparks: a contribuition for smart, inclusive and sustainable growth [Geoparques: um contributo para um crescimento inteligente, inclusivo e sustentável] será o mote da 11ª Conferência Europeia de Geoparks, a realizar no Arouca Geopark, de 19 a 21 de setembro de 2012. Tendo em conta a estratégia “Europa 2020”, esta conferência pretende destacar a importância e o contributo da abordagem Geoparques nas áreas do conhecimento e da inovação, do incremento de uma economia sustentável, do emprego e da inclusão social.


Com um programa diversificado, a 11ª Conferência da Rede Europeia de Geoparques incluirá comunicações com oradores convidados, apresentações orais, posters seleccionados, uma saída de campo ao Arouca Geopark e, ainda, a possibilidade de visitas de estudo ao Geopark Naturtejo e projeto Geoparque Açores.


A Conferência Europeia de Geoparques é um evento que se realiza anualmente, em diferentes Geoparques membros da EGN (European Geoparks Network), com o objetivo de promover e valorizar o conhecimento e a inovação, inerentes ao processo de desenvolvimento sustentável destes territórios.


Para participar nesta conferência, poderá inscrever-se, previamente, até ao próximo dia 31 de maio ou optar pela inscrição regular de 1de junho a 30 de agosto de 2012 em http://www.2012egnconference.com/?page_id=201


A submissão de resumos será permitida até 30 de junho de 2012, através de http://www.2012egnconference.com/?page_id=201


Para mais informações consultar a primeira circular deste evento disponível em:
http://www.geoparquearouca.com/?p=eventos&sp=listagemnoticias&noticia=329 e http://www.2012egnconference.com/?p=13

quarta-feira, 11 de julho de 2012

I º CONGRESSO SOBRE GEODIVERSIDADE, BIODIVERSIDADE E CONSERVAÇÃO

7 - 14 de julho de 2012, nas instalações virtuais da Universidade Aberta


Conservação da Geo e da Biodiversidade – As Trilobites de Arouca
Ana Mendonça; Jorge Moreira; Vanda Müller
(Universidade Aberta)

As trilobites desaparecerem no final do Pérmico, no maior evento de extinção maciça registado na memória fóssil da Terra, que dizimou mais de 96% das espécies marinhas. 
A partir da hipótese as trilobites são importantes para a Conservação da Bio e da Geodiversidade foram realizadas pesquisas sobre a documentação e os estudos científicos referentes à Trilobita e aos fósseis de trilobites, com o objetivo de compreender a importância das trilobites para a conservação da biogeodiversidade.
Em discussão entre pares, procedemos à seleção e à análise reflexiva da informação, com base no modelo de análise. Pelo descrito e pelas técnicas e instrumentos utilizados, consideramos estar perante uma investigação exploratória, de cariz qualitativo e estudo de caso - Trilobites de Arouca.
As trilobites existiram em ambiente marinho durante o Paleozoico, Era onde proliferou a biodiversidade. Verificámos uma ecologia diversa, evidente através dos icnofósseis. As trilobites constituem uma classe única e a mais diversificada dos organismos extintos de artrópodes, a Trilobita, que preencheu um conjunto variado de nichos tróficos.
A área do Geoparque de Arouca foi condicionada pela tectónica hercínica e tardihercínica, sendo visíveis sistemas de falhas e ciclos de erosão. Com o abaixamento do nível do mar durante o Período Devónico e o depósito de materiais arenosos, formaram-se greso-xistos, quartzitos e fósseis, como os das trilobites, sob rochas mais antigas, seixos de sedimentos e cinzas provenientes de erupções vulcânicas. Os fósseis de trilobites de Arouca, muitos advindos de exúvios, que permitiram a fossilização por moldagem, são dos maiores conhecidos e pertencem à idade do Ordovícico. Aferimos que o gigantismo polar das trilobites, em pelo menos seis espécies diferentes, foi resultado da anoxia aliada ao ambiente polar, responsável ainda, pela sua morte e conservação (Gutiérrez-Marco, et al., 2009).
Averiguámos que as trilobites desapareceram devido a alterações climáticas severas - aquecimento global (Holsar et al, 1989), resultado de vários mecanismos, catastróficos e uniformes, únicos ou interligados, e.g. impacto ou airburst cósmico, atividade vulcânica, formação da Pangeia, regressão marinha, alteração química da composição da atmosfera e dos oceanos.
Constatámos, ainda, que as alterações climáticas significativas, que ocorreram durante o Ordovícico, deixaram marcas indeléveis como os pelitos com fragmentos nas regiões de Arouca e Valongo (Couto & Lourenço, 2008). O final deste período ficou marcado por uma extinção maciça de espécies – facto que, aliado ao gigantismo polar, relacionámos com a morte das trilobites gigantes de Arouca.
A existência das trilobites chega-nos através do registo fóssil. As evidências das alterações climáticas, que levaram à extinção de grande parte da biodiversidade no passado, ficaram gravadas na geodiversidade. A memória assim preservada permite conhecer e compreender a história da Terra. Daí, esta ser uma das razões para a conservação da geodiversidade. Revisitando esta memória, releva a importância de mitigar o atual forçamento radiativo antropogénico sobre o sistema climático, para a preservação da biodiversidade e da humanidade que dela depende.

Palavras-chave
Conservação, Biogeodiversidade, Alterações Climáticas.

            Referências Bibliográficas
·         Couto, H.; Lourenço, A. (2008) Alterações climáticas no Paleozoico. Departamento de Geologia. Universidade do Porto.
·         Gutiérrez-Marco, J.; Sá, A.; García-Bellido, D.; Rábano, I.; Valério, M. (2009) Giant trilobites and trilobite clusters from the Ordovician of Portugal. Geology 37, 443–446.
·         Holser W.; Schoenlaub H-P.; Attrep Jr M.; Boeckelmann K.; Klein P.; Magaritz M.; Orth CJ.; Fenninger A.; Jenny C.; Kralik M.; Mauritsch H.; Pak E.; Schramm J-F.; Stattegger K.; Schmoeller R. (1989) A unique geochemical record at the Permian/Triassic boundary. Nature 337 (6202): 39–44.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Rio+20: Menina pede coragem aos governantes para "fazer o certo"...
Estudante neozelandesa de 17 anos discursou antes dos chefes de Estado e falou de ações urgentes para salvar o planeta... têm 72 horas!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Geoturismo

Primeiro Congresso Internacional de Geoturismo realizou-se no ano passado (2011), 9 a 13 de Novembro, no Arouca Geopark, sob os auspícios da UNESCO, o Congresso Internacional de Geoturismo – “Geotourism in Action – Arouca 2011″. .



Até este Congresso Internacional de Geoturismo existiam várias definições sobre geoturismo. Neste evento, o debate sobre este aspeto, trouxe uma definição conjunta entre a comunidade de geólogos e a conhecida revista internacional National Geografic, donde saiu a Declaração de Arouca.  




Declaração de Arouca:
O geoturismo é "o turismo que sustenta e incrementa a identidade de um território, considerando a sua geologia, ambiente, cultura, valores estéticos, património e o bem-estar dos seus residentes".

1. Reconhece-se a necessidade de clarificar o conceito de geoturismo. Deste modo entendemos que geoturismo deve ser definido como o turismo que sustenta e incrementa a identidade de um território, considerando a sua geologia, ambiente, cultura, valores estéticos, património e o bem-estar dos seus residentes. O turismo geológico assume-se como uma das diversas componentes do geoturismo;

2. O turismo geológico é uma ferramenta fundamental para a conservação, divulgação e valorização do passado da Terra e da Vida, incluindo a sua dinâmica e os seus mecanismos, e permitindo ao visitante entender um passado de 4600 milhões de anos para analisar o presente com outra perspetiva e projetar os possíveis cenários futuros comuns para a Terra e a Humanidade;

3. A valorização do património geológico deve procurar ser inovadora e privilegiar a utilização de novas tecnologias de informação, de preferência para melhorar o conteúdo veiculado pelos clássicos painéis de informação;

4. Recorrentemente as experiências de valorização e informação do património geológico não são inteligíveis pelo público em geral. Normalmente deparamos com autênticos tratados científicos que, ao usarem uma linguagem altamente especializada, implicam a incompreensão dos visitantes e limitam a sua utilidade turística. A disponibilização de informação deverá ser acessível e inteligível para o público em geral, vertida em poucos conceitos básicos e apresentados de forma clara, em resultado da conjugação dos esforços de cientistas, especialistas de interpretação e técnicos de design.

5. Entendemos assim ser tempo de relembrar os princípios básicos de interpretação propostos em 1957 por Freeman Tilden e de aplicá-los ao património geológico:
Toda a valorização do património geológico que não se adeqúe, de uma forma ou de outra, à personalidade ou à experiência de vida de um visitante é estéril;
A informação não é interpretação. A interpretação é uma revelação baseada na informação. As duas coisas são totalmente diferentes, mas toda a interpretação apresenta informação;
A interpretação de um espaço natural deve provocar e despertar a curiosidade e a emoção muito mais do que ensinar;

6. Encorajamos os territórios a desenvolver o geoturismo, focado não apenas no ambiente e no património geológico, mas também nos valores culturais, históricos e cénicos. Neste sentido, incentivamos o envolvimento efetivo entre cidadãos locais e visitantes, para que estes não se restrinjam ao papel de turistas espectadores, ajudando assim a construir uma identidade local, promovendo aquilo que é autêntico e único no território. Desta forma conseguiremos que o território e os seus habitantes obtenham integridade ambiental, justiça social e desenvolvimento económico sustentado.




Aspetos culturais do geoturismo:



Referências:

Arouca Geopark. [consulta em 30 de maio de 2012 no endereço: http://www.geoparquearouca.com/?p=home]

Brilha, J. 2012. Geodiversity, geoconservation and sustainable development. Sinaia. Earth Sciences Department University of Minho. Braga. Portugal

RTP / Youtube


Património Geológico Português

Notícia da Universidade do Minho - Portugal já tem primeiro inventário geológico

A inventariação localizou 326 sítios de grande interesse geológico 

Texto de Pedro Costa (17-02-2012)
Fotografias dos locais mencionados retiradas da Internet

Granito de Lavadores

O projeto de inventariação geológica, tido como de importância científica e estratégica fundamental, decorreu entre os anos 2007 e 2010. O trabalho foi coordenador por José Brilha, professor do Departamento de Ciências da Terra da UMinho, e envolveu diversas universidades e associações científicas portuguesas. “Havendo já um levantamento feito ao nível da fauna e da flora, era fundamental classificar locais de valor abiótico, com interesse científico”, explica o investigador, considerando que era imperioso complementar este inventário, “no sentido de ser gerido e preservado pelas autoridades nacionais que tratam da conservação da natureza, podendo fazê-lo através deste inventário sistemático”.

Fojo das Pombas

A inventariação localizou 326 sítios classificados de grande importância patrimonial, que na opinião especializada dos colaboradores do projeto devem ser preservados, pois possuem um interesse científico fundamental para o conhecimento geológico do país. Alguns destes geossítios apresentam risco de destruição devido à ausência de políticas adequadas de gestão. A lista geral inclui, por exemplo, o granito de Lavadores (Gaia), o fojo das Pompas (Valongo), os blocos erráticos de Valdevez (Gerês) e as minas da Borralha (Montalegre). Relativamente aos resultados do território português, José Brilha considera que “Portugal possui uma elevada geodiversidade, pelo que não pode ser afirmado que existem locais mais ricos do que outros”. No entanto, salienta que “as zonas da costa, pela facilidade de acessibilidade e exposição, têm uma maior concentração de sítios de interesse geológico”.

Blocos erráticos de Valdevez

O levantamento teve em conta não só o valor científico dos locais identificados, mas também a vulnerabilidade deste património. Quanto ao valor científico, foram avaliados fatores como representatividade, carácter de local-tipo, conhecimento científico, integridade, diversidade e raridade. No que diz respeito aos critérios da vulnerabilidade, foram tidos em conta os fatores de conteúdos, proximidade a zonas potencialmente degradadoras, regime de proteção, acessibilidade e densidade populacional. Atualmente, este é o mais completo inventário do património geológico português, tendo contado com o contributo de dezenas de especialistas das diversas instituições envolvidas. No entanto, os seus autores revelam que é um inventário em aberto, sempre sujeito à entrada de novas categorias e geossítios de acordo com o progresso do conhecimento científico geológico.

Minas da Borralha


José Brilha enfatiza que “há locais que não devem ser destruídos, pois são importantes testemunhos científicos do passado da Terra”. É adquirido pela comunidade científica que o património geológico transmite marcas importantes dos acontecimentos-chave que marcaram a longa história do planeta, nomeadamente do território português.

José Brilha, investigador do departamento de Ciências da Terra da UMinho
e coordenador do projeto de inventário que decorreu entre 2007 e 2010.
"Património geológico revela história do planeta"

O estudo concluído deverá agora conhecer uma fase de “validação junto do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, conseguindo que este organismo passe a gerir também este património natural”. Paralelamente, é objetivo dos investigadores “cruzar informação com os colegas espanhóis, que realizaram em Espanha um estudo semelhante, para, em conjunto, definir um inventário à escala Ibérica”. Numa fase posterior, a meta é articular nomeadamente com a França e Itália, inventariando o sul da Europa, visando a médio prazo classificar geologicamente a Europa.

A definição das categorias temáticas catalogadas no inventário do património geológico corresponde à prática já em curso em muitos países. Por isso, a metodologia está também uniformizada com os outros países europeus, estando estabelecidas as bases de trabalho para desenvolver um trabalho ao nível internacional. José Brilha salienta a importância deste fator, “pois em Portugal tínhamos um ligeiro atraso neste campo, pelo que agora estamos em condições de comparar o nosso património geológico com o dos outros países”. A partir de agora, Portugal tem os instrumentos necessários para implementar uma política de geoconservação, com base neste conjunto de geossítios que correspondem às ocorrências da geodiversidade com valor científico.

Referências:

Costa, P. 2012, Reportagem - Portugal já tem primeiro inventário geológico. GCII - Universidade do Minho [consultado em 30 de maio de 2012 no endereço: http://www.uminho.pt/Newsletters/HTMLExt/31/website/conteudo_561.html]

terça-feira, 22 de maio de 2012

Estratégias de Geoconservação



Geoconservation is giving “life” to rocks,
 is telling stories about our planet to make people to understand and love them.
Alexandru Andrăşanu, Sinaia, 2012



Portas de Ródão - Passage of the Tagus at Villa-Velha (Westall, 1823)

Mutos locais com interesse geológico foram destruídos, ocultados ou irreversivelmente danificados, devido à alteração do uso da terra para a urbanização e a agricultura. Muitos desses locais poderiam ter sido preservados, se anteriormente tivesse existido uma inventariação que denunciasse a sua importância.

A geoconservação surge como uma necessidade de conservar e gerir o patrimônio geológico e os processos naturais associados. “Tem o objetivo de preservar a diversidade natural (geodiversidade) de significativos aspetos e processos geológicos (substratos), geomorfológicos (formas da paisagem) e do solo, mantendo a evolução natural (velocidade e intensidade) desses aspetos e processos” Brilha, 20015). A geoconservação contribui para uma abordagem holística da conservação da natureza e oferece novas ferramentas no uso sustentável dos recursos naturais, contribuindo para os objetivos da Agenda 21 (Andrăşanu, 2012). A geoconservação combina quatro conceitos: avaliação da geodiversidade (geossítios, património geológico, etc.), geoeducação, geoturismo e geoparques.

Desde a década 70 do século passado que apareceram vários organismos interessados na conservação do património geológico. Porém, aponta-se as primeiras referências e desenvolvimento de estratégias de geoconservação, à região da Tasmânia, na Austrália, a partir da elaboração de um documento intitulado “Estratégias de Geoconservação da Natureza”. O conceito esteve até 1991 geralmente subordinado a outras atividades de conservação da natureza. A partir desse ano foram desenvolvidos diversos conceitos e métodos de geoconservação (Andrăşanu, 2012), com contribuição das seguintes organizações, eventos e legislação: ProGEO/WG; Digne Declaration – Declaração Internacional dos Direitos à Memória da Terra, 1991; Rio Conference, 1992; criação e desenvolvimento do European Network Geoparks, 1997-2000; criação do Global Geoparks Network, 2000-2004; CE Recommendation 3/2004 (Geological heritage); IUCN (Almeria, 2007). É de salientar que a partir de 2000, os conceitos geoconservação e geoparques foram globalizados e a Declaração Internacional dos Direitos à Memória da Terra é um excelente instrumento para a geoconservação. Transcreve-se a seguir o seu conteúdo:

Declaração Internacional dos Direitos à Memória da Terra
(Digne, Fr., 1991 –1º Simpósio Internacional sobre Protecção do Património Geológico)

1 - Assim como cada vida humana é considerada única, chegou a altura de reconhecer, também, o carácter único da Terra.
 2 - É a Terra que nos suporta. Estamos todos ligados à Terra e ela é a ligação entre nós todos.
 3 - A Terra, com 4500 milhões de anos de idade, é o berço da vida, da renovação e das metamorfoses dos seres vivos. A sua larga evolução, a sua lenta maturação, deram forma ao ambiente em que vivemos.
 4 - A nossa história e a história da Terra estão intimamente ligadas. As suas origens são as nossas origens. A sua história é a nossa história e o seu futuro será o nosso futuro.
 5 - A face da Terra, a sua forma, são o nosso ambiente. Este ambiente é diferente do de ontem e será diferente do de amanhã. Não somos mais que um dos momentos da Terra; não somos finalidade, mas sim passagem.
 6 - Assim como uma árvore guarda a memória do seu crescimento e da sua vida no seu tronco, também a Terra conserva a memória do seu passado, registada em profundidade ou a superfície, nas rochas, nos fósseis e nas paisagens, registo esse que pode ser lido e traduzido.
 7 - Os homens sempre tiveram a preocupação em proteger o memorial do seu passado, ou seja, o seu património cultural. Só há pouco tempo se começou a proteger o ambiente imediato, o nosso património natural. O passado da Terra não é menos importante que o passado dos seres humanos. Chegou o tempo de aprendermos a protegê-lo e protegendo-o aprenderemos a conhecer o passado da Terra, esse livro escrito antes do nosso advento e que é o património geológico.
 8 - Nós e a Terra compartilhamos uma herança comum. Cada homem, cada governo não é mais do que o depositário desse património. Cada um de nós deve compreender que qualquer depredação é uma mutilação, uma destruição, uma perda irremediável. Todas as formas do desenvolvimento devem, assim, ter em conta o valor e a singularidade desse património.
 9 - Os participantes do 1.° Simpósio Internacional sobre a Proteção do Património Geológico, que incluiu mais de uma centena de especialistas de 30 países diferentes, pedem a todas as autoridades nacionais e internacionais que tenham em consideração e que protejam o património geológico, através de todas as necessárias medidas legais, financeiras e organizacionais.
 (Tradução de Professor Doutor Miguel M. Ramalho)

Portugal tem vindo a inventariar o seu riquíssimo patrimônio geológico, com o levantamento e classificação de elementos da geodiversidade, quer a nível isolado, quer inseridos em geoparques. Atualmente o país já conta com três geoparques - Naturtejo da Meseta Meridional, Arouca Geopark e Açores e encontram-se dois a preparar candidatura – em Macedo de Cavaleiros e Porto Santo na Madeira. Ainda longe do desejável, Portugal apresenta algumas iniciativas educativas em relação à geoconservação, que estão inseridas em projetos de educação ambiental não-formal, dentro das atividades dos geoparques ou no programa “Geologia no Verão”, sob responsabilidade da Ciência Viva, da Agência Nacional para Cultura Científica e Tecnológica. Outra iniciativa interessante para o caso é o curso de Mestrado em Patrimônio Geológico e Geoconservação, criado em 2005, pela Universidade do Minho, e que conta como objetivos: contribuir para o incremento da educação para a sustentabilidade, através do reforço das competências de docentes dos ensinos básico e secundário das áreas das Ciências Naturais e da Geografia; permitir a troca de experiências de ações concretas de Geoconservação em desenvolvimento em áreas protegidas nacionais e estrangeiras; possibilitar o desenvolvimento de trabalhos de investigação e de projeto no âmbito da Geoconservação que contribuam para o melhor conhecimento do património geológico e que tenham um real impacto na gestão de áreas com interesse patrimonial, etc.

Portas de Ródão

As estratégias de geoconservação de um geossítio incluem uma série de procedimentos, resumidos no seguinte esquema:




A inventariação dos geossítios passa pelo levantamento sistemático da área, para identificar os diversos tipos de ocorrência presentes, que inclui a tipologia dos elementos da geodiversidade a inventariar, a sua localização geográfica, o registo fotográfico e a caracterização através do preenchimento da ficha de campo respetiva. Serão tidos em conta os critérios intrínsecos do geossítio, os critérios relacionados com o uso potencial do geossítio e os critérios relacionados com a necessidade de proteção do geossítio, quantificados com base numa escala crescente de 1 a 5. Os primeiros contam a abundância/raridade, extensão, grau de conhecimento científico, utilidade como modelo para ilustração de processos geológicos, diversidade de elementos de interesse, local-tipo, associação com elementos de índole cultural, associação com outros elementos do meio natural e estado de conservação. Os segundos fazem uma análise sobre as potencialidades de realização de atividades científicas, pedagógicas, turísticas e recreativas; as condições de observação, acessibilidade e colheita de elementos geológicos; a proximidade de povoações, número de habitantes e condições socioeconómicas. Os critérios relacionados com a proteção do elemento consideram a situação atual, fragilidade, as ameaças atuais ou potenciais, o regime de propriedade, o valor dos terrenos e o interesse para a exploração mineira. 

Os processos de classificação terão de estar em sintonia com a legislação existente e as propostas poderão estar inseridas em âmbitos nacional, regional, local e municipal. Pode consultar a legislação referente a estes processos em:

A conservação de geossítios deverá ser orientada para manter a integridade física do geossítio e paralelamente assegurar acessibilidade ao público.  

A valorização e a divulgação do património geológico realiza-se com um conjunto das ações de informação e interpretação que vão ajudar o público a reconhecer o valor dos geossítios, em conjunto com o restante património natural e cultural, nomeadamente centros de interpretação, percursos e roteiros turísticos, painéis interpretativos, folhetos, Internet, etc.

A monitorização visa estudar a capacidade de carga do local, definir ações de manutenção e criar de estratégias para quantificar a perda da sua relevância ao longo do tempo.



O documentário que se segue retrata bem o conjunto de aspetos geológicos, geomorfológicos e culturais de um geoparque. Neste caso trata-se do geoparque Naturtejo da Meseta Meridional:





Bibliografia:

Agência Nacional para a Cultura científica de Tecnológica. Ciência Viva [consultado em 21 de Maio de 2012 no endereço: http://www.cienciaviva.pt/home/]

Andrăşanu, A. 2012. Geoconservation Geoparks. Conferência em Sinaia. University of Bucharest, Romania.


Brilha, J. 2005. Património Geológico e Geoconservação – A Conservação da Natureza na sua Vertente Geológica. Palimage. Imagem Palavra. Braga.



Brilha, J. 2010. Enquadramento Legal de Suporte à Proteção do Património Geológico em Portugal. Ciências Geológicas – Ensino e Investigação e sua História. Volume II, Cap. IV – Geologia e Património Natural (Geodiversidade).



Brilha, J. 2012. Geodiversity, geoconservation and sustainable development. Conferência em Sinaia. Earth Sciences Department University of Minho. Braga. Portugal.


Cunha, L. Estratégias de geoconservação [Consultado em 21 de Maio de 2012 no endereço: https://woc.uc.pt/fluc/getFile.do?tipo=2&id=7572]

Geoconservation.com [consultado em 21 de Maio de 2012 no endereço:

ProGEO [consultado em 21 de Maio de 2012 no endereço: http://www.progeo.se/index.html]

Universidade do Minho. Mestrado em Património Geológico e Geoconservação [consultado em 21 de Maio de 2012 no endereço: http://www.dct.uminho.pt/mest/pgg/index_pgg.html]

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Ameaças à Geodiversidade




We will only conserve what we love.
We will only love what we understand.
And we will only understand what we are taught

Baba Dioum, conservacionista africano 


Existem várias ameaças à geodiversidade, que são consideradas maioritariamente de origem antropogénica. Contudo, nem todos os processos relacionados com a erosão e as mudanças climáticas, potenciais ameaças à geodiversidade, são consequência das atividades humanas. Alguns desses processos resultam das dinâmicas da natureza da Terra, que se relacionam entre si, nomeadamente nas relações inter e intra-ecossistemas, das atividades sísmica e vulcânica e dos fenómenos climáticos extremos. As ameaças de origem antropogénica podem ser diretas e indiretas. As primeiras consideram a perda total, parcial ou dano físico de um elemento de geodiversidade ou do seu acesso, visibilidade e intervisibilidade, ou ainda, da fragmentação do interesse, impacto visual, poluição e interrupção do processo natural. Estas ameaças advêm da extração mineira, da deposição de resíduos, da alteração do uso dos solos, do desenvolvimento e expansão urbana, da proteção costeira, das atividades agrícola e turística, da desflorestação e florestação, do crescimento desmedido da vegetação, do enterro e depósito ilegal, do vandalismo e grafitis e da recolha de espécimenes (fosseis, minerais e rochas para coleção e venda). As ameaças antropogénicas indiretas incluem a demografia humana, a erosão e as alterações climáticas e nível oceânico, originárias da alteração dos ecossistemas e uso dos solos, da emissão de gases com efeito de estufa e poluentes e da urbanização junto a locais de interesse. Há ainda a considerar a iliteracia cultural como ameaça antropogénica indireta, porque é possível danificar ou destruir um elemento da geodiversidade, por desconhecer os seus diversos valores: intrínseco, estético, cultural, económico, científico, educacional, espiritual e funcional.



Subsiste ainda um défice global relativamente à educação formal sobre a geodiversidade e sua preservação. Esse défice existe também dentro da comunidade ecologista, que se preocupa mais com a manutenção de espécies isoladas ou com a biodiversidade, do que com os elementos da geodiversidade, esquecendo-se de incluir ações de proteção destes, tão importantes para a manutenção dos ecossistemas.


O desenvolvimento e a expansão urbana, com a constante construção de edifícios, infraestruturas e permeabilização dos solos, descaraterizam paisagens, ocultam locais de interesse, destroem solos, aumentam a erosão, alteram cursos de água, etc. Um desenvolvimento urbano sustentável deve respeitar as características e as formas naturais do local.


A agricultura intensiva e industrial também altera os solos e as paisagens. A maquinaria agrícola modifica a ecologia e a permeabilidade dos solos, contribuindo para processos erosivos tanto do solo como de outros elementos da geodiversidade. A utilização de pesticidas e fertilizantes contaminam as estruturas geológicas com poluentes químicos.


A construção de diques de defesa e de dunas de estabilização junto à costa podem danificar a geodiversidade, porque destroem os processos naturais existentes e a evolução dos sistemas costeiros. As barragens nos rios descaraterizam a paisagem e alteram o uso do solo e o fluxo de sedimentos.


A atividade mineira e a extração de materiais para construção e infraestruturas, provocam um enorme impacte na geodiversidade. Paisagens alteradas, solos removidos e rochas despedaçadas. O problema agrava-se quando os solos são raros, as paisagens belíssimas, os stocks do tipo de rocha limitados e onde existem magníficos e raros espécimes de minerais e fósseis. Paralelamente a atividade mineira é altamente poluente dos solos e paisagens, provenientes das atividades e do depósito de material rejeitado.


As árvores são importantes na conservação natural do solo, porque previnem a erosão. Todavia, a reflorestação e a florestação com crescimento descontrolado podem ocultar a visibilidade e o acesso aos elementos da geodiversidade. As raízes são uma ameaça às estruturas geológicas sensíveis e a plantação de algumas espécies, como as coníferas, podem acidificar os solos. A desflorestação aumenta a erosão do solo, danificando elementos e paisagens.


Muitas das atividades turísticas provocam impactes significativos à geodiversidade. O pisoteio causado pela passagem de pessoas causa compactação do solo e elimina a vegetação. Relativamente a este problema é necessário ter em consideração a capacidade de carga do local. O uso de veículos automóveis motorizados de todo-o-terreno pode levar à erosão e à instabilidade de taludes e escarpas e à destruição de dunas e outros elementos da geodiversidade. Os desportos de inverno de montanha, nomeadamente o esqui, alteram partes da morfologia local e provocam impactes significativos nos solos e sedimentos. Os turistas gostam também de colher exemplares da geodiversidade, partindo estalactites e rochas com minerais e fósseis visíveis. Muitas vezes, a demanda de é tal ordem que desaparece por completo qualquer vestígio do elemento da geodiversidade que caraterizava a importância do local.


As ameaças à geodiversidade podem deixar de o ser e tornarem-se uma realidade que destrói a integridade dos elementos da geodiversidade, que levaram milhões de anos a formarem-se, destruírem depósitos geológicos finitos e a informação paleoambiental contida, bem como contaminarem e danificarem solos e aquíferos.

Bibliografia:

Brilha, J. 2005. Património Geológico e Geoconservação – A Conservação da Natureza na sua Vertente Geológica. Palimage. Imagem Palavra. Braga.

Brilha, J. 2012. Geodiversity, geoconservation and sustainable development. Conferência em Sinaia. Earth Sciences Department University of Minho. Braga. Portugal.


Gray, M., 2004. Geodiversity - valuing and conserving abiotic nature. John Wiley & Sons,
Ltd.

Gray, M., Jungerius, P.D., van den Ancker, J.A.M., Brilha, J., Bewnnet, M., Hooke, J., Koster, E.W., Nieto, L., Poesen, J., Tofason, H., 2004. European Union Solil Thematic Strategy Geodiversity and Geoheritage as features of Soil Protetion. Advice to the Working Groups Towards a Thematic Strategy for Soil Protection. (COM (2002) 179 C5-0328/2002 2002/2172(COS)). Committee on the Environment, Public Health and Consumer Policy

sábado, 5 de maio de 2012

Geodiversidade

A geoconservação é a parte que falta na conservação da natureza
Sharples, 2002


1. Geodiversidade


Nos anos 80 do século passado, Kevin Kiernan utilizou expressões, tais como landform diversity e geomorphic diversity, que se aproximam do termo geodiversidade. Contudo, pensa-se que começou a ser utilizado por investigadores australianos, comparativamente ao termo biodiversidade (já tratado neste Blog), em estudos efetuados na área da conservação geológica e geomorfológica, na Tasmânia, nomeadamente por Sharples (1993), Kiernan (1994, 1996, 1997a) e Dixon (1995, 1996a,b). O termo foi evoluindo, desde diversity of earth features and systems de Sharples (1993); passando por It is the link between people, landscapes and culture; it is the variety of geological environments, phenomena and processes that make those landscapes, rocks, minerals, fossils and soils which provide the framework for life on Earth, de Sharples (2002a); para the range or diversity of geological (bedrock), geomorphological (landform) and soil features, assemblages, systems and processes, da Australian Heritage Comission (2002); passando ainda por the complex variation of bedrock, unconsolidated deposits, landforms and processes that form landscapes … Geodiversity can be described as the diversity of geological and geomorphological phenomena in a defined area, do Nordic Council of Ministers (2003); e também por the variety of rocks, fossils, minerals, natural processes, landforms and soils that underlie and determine the character of our landscape and environmente, de Stace & Larwood (2006); até à definição atualmente mais aceite the variety of rocks, fossils, minerals, landforms, soils and natural processes that support biodiversity and determine the character of our natural landscape and environment, do British Institute for Geological Conservation.
Assim, a geodiversidade é definida pela diversidade de rochas, fósseis, minerais, relevos, solos e processos naturais que sustentam a biodiversidade e determinam as caraterísticas da paisagem natural e do ambiente. Stanley, em 2002, afirma que a biodiversidade faz parte da geodiversidade. 


2. Exemplos da geodiversidade


Minerais
Rochas
Estratos sedimentares
Solos
Falhas e dobras
Fósseis
Estalagmites e estalactites
Glaciares
Formas
Processos geológicos e geomorfológicos
Paisagens
Arribas


3. Valores da Geodiversidade - exemplos


3.1. Valore intrínseco  - valor independente do homem
3.2. Valor cultural - nomes de locais, construção tradicional, mitos e lendas, atividades tradicionais
  3.3. Valor estético . trabalhos artísticos, lazer
3.4. Valor económico  - recursos minerais, aproveitamento geotérmico
3.5. Valor funcional  - in situ, suporte para sistemas físicos e ecológicos
3.6. Valor científico e educacional  - explicação científica, centros de interpretação


4. Ameaças à geodiversidade - exemplos


Minas e pedreiras
Urbanização – expansão urbana, infraestruturas, gestão dos rios, erosão costeira
Florestação, desflorestação e agricultura
Atividades militares
Atividades recreativas e turísticas
Recolha de exemplares
Iliteracia cultural
5. Proteção


Valores + Ameças = Proteção


5.1. Geoconservação

A geoconservação tem como objetivo a preservação da diversidade natural (ou geodiversidade) de significativos aspetos e processos geológicos (substrato), geomorfológicos (formas de paisagem) e de solo, mantendo a evolução natural (velocidade e intensidade) desses aspetos e processos (Sharples, 2002).   A geoconservação contribui para uma abordagem holística da conservação da natureza, oferece novas ferramentas para o uso sustentável dos recursos naturais e combina quatro conceitos fundamentais: avaliação da geodiversidade (geossítios, património geológico), geoeducação, geoturismo e geoparques (Andrăşanu, 2012)


5.2. Geossítio e geomonumento

O geossítio ou geótopo é uma ocorrência de pelo menos um elemento da geodiversidade com elevado valor científico, educacional, cultural ou turístico, com um limite bem definido e que foi surgindo o interesse pela sua proteção. Nos casos em que a importância do geossítio é excecional, atribui-se a designação de geomonumentos.


5.3. Património geológico
O património geológico é o conjunto de geossítios de uma determinada área.


5.4. Geoturismo
O geoturismo é parte da atividade ecoturística que se baseia na geodiversidade, nomeadamente visitas a locais de interesse geológico e geomorfológico.


5.5. Geoparque

O geoparque é uma área classificada, com limites bem definidos e suficientemente grande que permita a conjugação da geoconservação com o desenvolvimento sustentável (UNESCO, in Brilha, 2005). Deverá contar com geossítios associados a valores científicos, arqueológicos, ecológicos, históricos, culturais (Brilha, 2005). Um geoparque é um diálogo entre o Homem e a Terra (Andrăşanu, 2012).


6. Arouca Geopark - Um exemplo português de um geoparque


6.1. Geologia de Portugal continental

Portugal, mesmo sendo um país pequeno, apresenta uma enorme geodiversidade.
A caracterização geológica do território de Portugal continental é constituída a nível cronológico e da estrutura dos terrenos por três unidades fundamentais:



  • O Maciço Antigo ou Hespérico, formado por rochas magmáticas, nomeadamente granitos, e por rochas metassedimentares, do Pré-câmbrico Superior ao Carbónico, que foram profundamente afetadas pela Orogenia Hercínica;

  • A Orla Mesocenozóica Ocidental ou Lusitana e a Orla Meridional ou Algarvia, com depósitos sedimentares de calcários, margas e arenitos, provenientes de ambientes marinhos de plataforma e fluviais;

  • As Bacia Cenozóicas do Tejo e do Sado de fácies marinhas e continentais.
Podemos ainda considerar mais dois conjuntos importantes:

  • As três intrusões magmáticas, Sintra, Sines e Monchique, e a atividade vulcânica subaérea na zona de Lisboa do final do Cretácico;

  • As formações dunares móveis e consolidadas, bem como terraços marinhos e fluviais, aluviões e areias de praia do Quaternário. 

Relativamente à diversidade geológica em Portugal, vale a pena ver o seguinte documentário:




6.2. Património geológico de Arouca


Mapa de geossítios




A região de Arouca reúne um conjunto de ocorrências geológicas que devido à sua importância e singularidade, contribuíram para a criação do geoparque, nomeadamente:

  • As “Pedras parideiras” - afloramento de nódulos de biotite em rochas graníticas;


  • Trilobites de dimensões extraordinárias - fósseis de invertebrados do Ordovícico Médio de Canelas;


  • Mineralizações de ouro, antimónio, estanho e tungsténio – exploradas, em alguns casos, desde a época de ocupação romana da Península Ibérica;


  • Frecha da Mizarela associada a um contacto granito/xisto – uma das maiores quedas de água da Europa, com elevado valor estético;


  • Paisagens de elevado valor estético - miradouros dispersos, onde se observam diversos aspetos geomorfológicos de grande interesse;


  • Rápidos do rio Paiva - utilizados pelas empresas de desporto aventura, contribuindo para o geoturismo e ecoturismo; 


  • Solos férteis - resultantes da meteorização e erosão das montanhas envolventes, que são responsáveis pela riqueza agrícola que caracteriza a região.

Para conhecer melhor toda a área do geoparque ver o endereço eletrónico oficial em:
http://www.geoparquearouca.com/?p=home

E o seguinte vídeo:


Como informação final, terá lugar no Arouca Geopark, entre 19 a 21 de setembro deste ano, a 11ª conferência de geoparques europeus. Mais informações em: 
http://www.2012egnconference.com/





Bibliografia 




Andrăşanu, A. 2012. Geoconservation Geoparks. Conferência em Sinaia. University of Bucharest, Romania.


Arouca Geopark. [consulta em 4 de maio de 2012 no endereço: http://www.geoparquearouca.com/?p=home]


Brilha, J. 2005. Património Geológico e Geoconservação – A Conservação da Natureza na sua Vertente Geológica. Palimage. Imagem Palavra. Braga.


Brilha, J. 2012. Geodiversity, geoconservation and sustainable development. Conferência em Sinaia. Earth Sciences Department University of Minho. Braga. Portugal.


Gray, M. 2004. Geodiversity. Chichester: John Wiley & Sons Ltd.


Ramalho. M. 2004. Património Geológico Português – importância científica, pedagógica e sócio-económica. Geonovas nº 18, pp. 5 a 12. Associação portuguesa de geólogos.


Sharples, C. 1993. A Methodology for the Identification of Significant Landforms and Geological Sites for Geoconservation Purposes. Report to Forestry Commission, Tasmania.


Sharples, C. 2002. Concepts and Principles of Geoconservation. Tasmanian Parks & Wildlife Service website.