GAIA
terça-feira, 15 de novembro de 2016
Ecologia Espiritual
Ecologia Espiritual: Conferncia Ecologia EspiritualPor Jorge MoreiraNa Sociedade Teosfica de Portugal LIsboaEcologia espiritual ancestral. A sua importncia atual prende-se com a resposta profunda que poder dar crise mul
sexta-feira, 25 de abril de 2014
1º Seminário Internacional RIA-TSDS
Caros Amigos, estarei presente com uma comunicação no 1º Seminário Internacional RIA-TSDS
Mais informação em: http://territorios-sustentaveis.webnode.pt/
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Help the Iberian Wolf
“Don’t let our wolves become homeless” is a campaign to raise money to buy the 17-hectare site on which the Iberian Wolf Recovery Center (IWRC) has stood for the last 25 years. Today, the survival of the Center is at risk and depends entirely on the purchase of this land. If we don't reach the necessary target, we risk having to find another site to start all over again. Your contribution is critical for the continuation of this project. By having your support we can provide rescued wolves with a safe and natural habitat and create a new future for this fascinating predator. More informations: http://www.indiegogo.com/projects/help-the-iberian-wolf
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Arouca Geopark acolhe a 11ª Conferência Europeia de Geoparques
Geoparks: a contribuition for smart, inclusive and sustainable growth [Geoparques: um contributo para um crescimento inteligente, inclusivo e sustentável] será o mote da 11ª Conferência Europeia de Geoparks, a realizar no Arouca Geopark, de 19 a 21 de setembro de 2012. Tendo em conta a estratégia “Europa 2020”, esta conferência pretende destacar a importância e o contributo da abordagem Geoparques nas áreas do conhecimento e da inovação, do incremento de uma economia sustentável, do emprego e da inclusão social.
Com um programa diversificado, a 11ª Conferência da Rede Europeia de Geoparques incluirá comunicações com oradores convidados, apresentações orais, posters seleccionados, uma saída de campo ao Arouca Geopark e, ainda, a possibilidade de visitas de estudo ao Geopark Naturtejo e projeto Geoparque Açores.
A Conferência Europeia de Geoparques é um evento que se realiza anualmente, em diferentes Geoparques membros da EGN (European Geoparks Network), com o objetivo de promover e valorizar o conhecimento e a inovação, inerentes ao processo de desenvolvimento sustentável destes territórios.
Para participar nesta conferência, poderá inscrever-se, previamente, até ao próximo dia 31 de maio ou optar pela inscrição regular de 1de junho a 30 de agosto de 2012 em http://www.2012egnconference.com/?page_id=201
A submissão de resumos será permitida até 30 de junho de 2012, através de http://www.2012egnconference.com/?page_id=201
Para mais informações consultar a primeira circular deste evento disponível em:
http://www.geoparquearouca.com/?p=eventos&sp=listagemnoticias¬icia=329 e http://www.2012egnconference.com/?p=13
Com um programa diversificado, a 11ª Conferência da Rede Europeia de Geoparques incluirá comunicações com oradores convidados, apresentações orais, posters seleccionados, uma saída de campo ao Arouca Geopark e, ainda, a possibilidade de visitas de estudo ao Geopark Naturtejo e projeto Geoparque Açores.
A Conferência Europeia de Geoparques é um evento que se realiza anualmente, em diferentes Geoparques membros da EGN (European Geoparks Network), com o objetivo de promover e valorizar o conhecimento e a inovação, inerentes ao processo de desenvolvimento sustentável destes territórios.
Para participar nesta conferência, poderá inscrever-se, previamente, até ao próximo dia 31 de maio ou optar pela inscrição regular de 1de junho a 30 de agosto de 2012 em http://www.2012egnconference.com/?page_id=201
A submissão de resumos será permitida até 30 de junho de 2012, através de http://www.2012egnconference.com/?page_id=201
Para mais informações consultar a primeira circular deste evento disponível em:
http://www.geoparquearouca.com/?p=eventos&sp=listagemnoticias¬icia=329 e http://www.2012egnconference.com/?p=13
quarta-feira, 11 de julho de 2012
I º CONGRESSO SOBRE GEODIVERSIDADE, BIODIVERSIDADE E CONSERVAÇÃO
7 - 14 de julho de 2012, nas instalações
virtuais da Universidade Aberta
Conservação da Geo e da Biodiversidade – As
Trilobites de Arouca
Ana Mendonça; Jorge Moreira;
Vanda Müller
(Universidade Aberta)
As trilobites desaparecerem no
final do Pérmico, no maior evento de extinção maciça registado na memória
fóssil da Terra, que dizimou mais de 96% das espécies marinhas.
A partir da hipótese as trilobites
são importantes para a Conservação da Bio e da Geodiversidade foram
realizadas pesquisas sobre a documentação e os estudos científicos referentes à
Trilobita e aos fósseis de trilobites,
com o objetivo de compreender a
importância das trilobites para a conservação da biogeodiversidade.
Em discussão entre pares, procedemos à seleção e à análise
reflexiva da informação, com base no modelo de análise. Pelo descrito e pelas
técnicas e instrumentos utilizados, consideramos estar perante uma investigação
exploratória, de cariz qualitativo e estudo de caso - Trilobites de Arouca.
As trilobites existiram em ambiente marinho durante o Paleozoico, Era
onde proliferou a biodiversidade. Verificámos uma ecologia diversa,
evidente através dos icnofósseis. As trilobites constituem uma classe única e a
mais diversificada dos organismos extintos de artrópodes, a Trilobita, que preencheu um conjunto
variado de nichos tróficos.
A área do Geoparque de Arouca foi condicionada pela tectónica hercínica
e tardihercínica, sendo visíveis sistemas de falhas e ciclos de erosão. Com
o abaixamento do nível do mar durante o Período Devónico e o depósito de
materiais arenosos, formaram-se greso-xistos, quartzitos e fósseis, como os das
trilobites, sob rochas mais antigas, seixos de sedimentos e cinzas provenientes
de erupções vulcânicas. Os fósseis de trilobites de Arouca, muitos advindos de
exúvios, que permitiram a fossilização por moldagem, são dos maiores conhecidos
e pertencem à idade do Ordovícico. Aferimos
que o gigantismo polar das trilobites, em pelo menos seis
espécies diferentes, foi resultado da
anoxia aliada ao ambiente polar, responsável ainda, pela sua morte e
conservação (Gutiérrez-Marco, et
al., 2009).
Averiguámos que as trilobites
desapareceram devido a alterações climáticas severas - aquecimento global
(Holsar et al, 1989), resultado de vários
mecanismos, catastróficos e uniformes, únicos ou interligados, e.g. impacto ou airburst cósmico, atividade vulcânica, formação da Pangeia,
regressão marinha, alteração química da composição da atmosfera e dos oceanos.
Constatámos, ainda, que as
alterações climáticas significativas, que ocorreram durante o Ordovícico,
deixaram marcas indeléveis como os pelitos
com fragmentos nas regiões de Arouca e Valongo (Couto & Lourenço,
2008). O final deste período ficou marcado por uma extinção maciça de espécies
– facto que, aliado ao gigantismo polar, relacionámos
com a morte das trilobites gigantes de Arouca.
A existência das trilobites chega-nos através do registo fóssil. As
evidências das alterações climáticas, que levaram à extinção de grande parte da
biodiversidade no passado, ficaram gravadas na geodiversidade. A memória assim
preservada permite conhecer e compreender a história da Terra. Daí, esta ser
uma das razões para a conservação da geodiversidade. Revisitando esta memória,
releva a importância de mitigar o atual forçamento radiativo antropogénico
sobre o sistema climático, para a preservação da biodiversidade e da humanidade
que dela depende.
Palavras-chave
Conservação, Biogeodiversidade, Alterações Climáticas.
Referências Bibliográficas
·
Couto, H.;
Lourenço, A. (2008) Alterações climáticas no Paleozoico. Departamento de
Geologia. Universidade do Porto.
·
Gutiérrez-Marco,
J.; Sá, A.; García-Bellido, D.; Rábano, I.; Valério, M. (2009) Giant trilobites
and trilobite clusters from the Ordovician of Portugal. Geology 37, 443–446.
·
Holser W.; Schoenlaub H-P.; Attrep Jr M.; Boeckelmann
K.; Klein P.; Magaritz M.; Orth CJ.; Fenninger A.; Jenny C.; Kralik M.;
Mauritsch H.; Pak E.; Schramm J-F.; Stattegger K.; Schmoeller R. (1989) A
unique geochemical record at the Permian/Triassic boundary. Nature 337 (6202):
39–44.
quinta-feira, 21 de junho de 2012
quarta-feira, 30 de maio de 2012
Geoturismo
Primeiro Congresso Internacional de Geoturismo realizou-se no ano passado (2011), 9 a 13 de Novembro, no Arouca Geopark, sob os auspícios da UNESCO, o Congresso Internacional de Geoturismo – “Geotourism in Action – Arouca 2011″. .
Aspetos culturais do geoturismo:
Referências:
Arouca Geopark. [consulta em 30 de maio de 2012 no endereço: http://www.geoparquearouca.com/?p=home]
Brilha, J. 2012. Geodiversity, geoconservation and sustainable development. Sinaia. Earth Sciences Department University of Minho. Braga. Portugal
RTP / Youtube
Até este Congresso Internacional de Geoturismo existiam várias definições sobre geoturismo. Neste evento, o debate sobre este aspeto, trouxe uma definição conjunta entre a comunidade de geólogos e a conhecida revista internacional National Geografic, donde saiu a Declaração de Arouca.
Declaração de Arouca:
O geoturismo é "o turismo que sustenta e incrementa a identidade de um território, considerando a sua geologia, ambiente, cultura, valores estéticos, património e o bem-estar dos seus residentes".
1. Reconhece-se a necessidade de clarificar o conceito de geoturismo. Deste modo entendemos que geoturismo deve ser definido como o turismo que sustenta e incrementa a identidade de um território, considerando a sua geologia, ambiente, cultura, valores estéticos, património e o bem-estar dos seus residentes. O turismo geológico assume-se como uma das diversas componentes do geoturismo;
2. O turismo geológico é uma ferramenta fundamental para a conservação, divulgação e valorização do passado da Terra e da Vida, incluindo a sua dinâmica e os seus mecanismos, e permitindo ao visitante entender um passado de 4600 milhões de anos para analisar o presente com outra perspetiva e projetar os possíveis cenários futuros comuns para a Terra e a Humanidade;
3. A valorização do património geológico deve procurar ser inovadora e privilegiar a utilização de novas tecnologias de informação, de preferência para melhorar o conteúdo veiculado pelos clássicos painéis de informação;
4. Recorrentemente as experiências de valorização e informação do património geológico não são inteligíveis pelo público em geral. Normalmente deparamos com autênticos tratados científicos que, ao usarem uma linguagem altamente especializada, implicam a incompreensão dos visitantes e limitam a sua utilidade turística. A disponibilização de informação deverá ser acessível e inteligível para o público em geral, vertida em poucos conceitos básicos e apresentados de forma clara, em resultado da conjugação dos esforços de cientistas, especialistas de interpretação e técnicos de design.
5. Entendemos assim ser tempo de relembrar os princípios básicos de interpretação propostos em 1957 por Freeman Tilden e de aplicá-los ao património geológico:
Toda a valorização do património geológico que não se adeqúe, de uma forma ou de outra, à personalidade ou à experiência de vida de um visitante é estéril;
A informação não é interpretação. A interpretação é uma revelação baseada na informação. As duas coisas são totalmente diferentes, mas toda a interpretação apresenta informação;
A interpretação de um espaço natural deve provocar e despertar a curiosidade e a emoção muito mais do que ensinar;
6. Encorajamos os territórios a desenvolver o geoturismo, focado não apenas no ambiente e no património geológico, mas também nos valores culturais, históricos e cénicos. Neste sentido, incentivamos o envolvimento efetivo entre cidadãos locais e visitantes, para que estes não se restrinjam ao papel de turistas espectadores, ajudando assim a construir uma identidade local, promovendo aquilo que é autêntico e único no território. Desta forma conseguiremos que o território e os seus habitantes obtenham integridade ambiental, justiça social e desenvolvimento económico sustentado.
2. O turismo geológico é uma ferramenta fundamental para a conservação, divulgação e valorização do passado da Terra e da Vida, incluindo a sua dinâmica e os seus mecanismos, e permitindo ao visitante entender um passado de 4600 milhões de anos para analisar o presente com outra perspetiva e projetar os possíveis cenários futuros comuns para a Terra e a Humanidade;
3. A valorização do património geológico deve procurar ser inovadora e privilegiar a utilização de novas tecnologias de informação, de preferência para melhorar o conteúdo veiculado pelos clássicos painéis de informação;
4. Recorrentemente as experiências de valorização e informação do património geológico não são inteligíveis pelo público em geral. Normalmente deparamos com autênticos tratados científicos que, ao usarem uma linguagem altamente especializada, implicam a incompreensão dos visitantes e limitam a sua utilidade turística. A disponibilização de informação deverá ser acessível e inteligível para o público em geral, vertida em poucos conceitos básicos e apresentados de forma clara, em resultado da conjugação dos esforços de cientistas, especialistas de interpretação e técnicos de design.
5. Entendemos assim ser tempo de relembrar os princípios básicos de interpretação propostos em 1957 por Freeman Tilden e de aplicá-los ao património geológico:
Toda a valorização do património geológico que não se adeqúe, de uma forma ou de outra, à personalidade ou à experiência de vida de um visitante é estéril;
A informação não é interpretação. A interpretação é uma revelação baseada na informação. As duas coisas são totalmente diferentes, mas toda a interpretação apresenta informação;
A interpretação de um espaço natural deve provocar e despertar a curiosidade e a emoção muito mais do que ensinar;
6. Encorajamos os territórios a desenvolver o geoturismo, focado não apenas no ambiente e no património geológico, mas também nos valores culturais, históricos e cénicos. Neste sentido, incentivamos o envolvimento efetivo entre cidadãos locais e visitantes, para que estes não se restrinjam ao papel de turistas espectadores, ajudando assim a construir uma identidade local, promovendo aquilo que é autêntico e único no território. Desta forma conseguiremos que o território e os seus habitantes obtenham integridade ambiental, justiça social e desenvolvimento económico sustentado.
Aspetos culturais do geoturismo:
Referências:
Arouca Geopark. [consulta em 30 de maio de 2012 no endereço: http://www.geoparquearouca.com/?p=home]
Brilha, J. 2012. Geodiversity, geoconservation and sustainable development. Sinaia. Earth Sciences Department University of Minho. Braga. Portugal
RTP / Youtube
Património Geológico Português
Notícia da Universidade do Minho - Portugal já tem primeiro inventário geológico
A inventariação localizou 326 sítios de grande interesse geológico
Texto de Pedro Costa (17-02-2012)
Fotografias dos locais mencionados retiradas da Internet
A inventariação localizou 326 sítios de grande interesse geológico
Texto de Pedro Costa (17-02-2012)
Fotografias dos locais mencionados retiradas da Internet
Granito de Lavadores
O projeto de inventariação geológica, tido como de importância científica e estratégica fundamental, decorreu entre os anos 2007 e 2010. O trabalho foi coordenador por José Brilha, professor do Departamento de Ciências da Terra da UMinho, e envolveu diversas universidades e associações científicas portuguesas. “Havendo já um levantamento feito ao nível da fauna e da flora, era fundamental classificar locais de valor abiótico, com interesse científico”, explica o investigador, considerando que era imperioso complementar este inventário, “no sentido de ser gerido e preservado pelas autoridades nacionais que tratam da conservação da natureza, podendo fazê-lo através deste inventário sistemático”.
Fojo das Pombas
A inventariação localizou 326 sítios classificados de grande importância patrimonial, que na opinião especializada dos colaboradores do projeto devem ser preservados, pois possuem um interesse científico fundamental para o conhecimento geológico do país. Alguns destes geossítios apresentam risco de destruição devido à ausência de políticas adequadas de gestão. A lista geral inclui, por exemplo, o granito de Lavadores (Gaia), o fojo das Pompas (Valongo), os blocos erráticos de Valdevez (Gerês) e as minas da Borralha (Montalegre). Relativamente aos resultados do território português, José Brilha considera que “Portugal possui uma elevada geodiversidade, pelo que não pode ser afirmado que existem locais mais ricos do que outros”. No entanto, salienta que “as zonas da costa, pela facilidade de acessibilidade e exposição, têm uma maior concentração de sítios de interesse geológico”.
Blocos erráticos de Valdevez
O levantamento teve em conta não só o valor científico dos locais identificados, mas também a vulnerabilidade deste património. Quanto ao valor científico, foram avaliados fatores como representatividade, carácter de local-tipo, conhecimento científico, integridade, diversidade e raridade. No que diz respeito aos critérios da vulnerabilidade, foram tidos em conta os fatores de conteúdos, proximidade a zonas potencialmente degradadoras, regime de proteção, acessibilidade e densidade populacional. Atualmente, este é o mais completo inventário do património geológico português, tendo contado com o contributo de dezenas de especialistas das diversas instituições envolvidas. No entanto, os seus autores revelam que é um inventário em aberto, sempre sujeito à entrada de novas categorias e geossítios de acordo com o progresso do conhecimento científico geológico.
Minas da Borralha
José Brilha enfatiza que “há locais que não devem ser destruídos, pois são importantes testemunhos científicos do passado da Terra”. É adquirido pela comunidade científica que o património geológico transmite marcas importantes dos acontecimentos-chave que marcaram a longa história do planeta, nomeadamente do território português.
José Brilha, investigador do departamento de Ciências da Terra da UMinho
e coordenador do projeto de inventário que decorreu entre 2007 e 2010.
"Património geológico revela história do planeta"
O estudo concluído deverá agora conhecer uma fase de “validação junto do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, conseguindo que este organismo passe a gerir também este património natural”. Paralelamente, é objetivo dos investigadores “cruzar informação com os colegas espanhóis, que realizaram em Espanha um estudo semelhante, para, em conjunto, definir um inventário à escala Ibérica”. Numa fase posterior, a meta é articular nomeadamente com a França e Itália, inventariando o sul da Europa, visando a médio prazo classificar geologicamente a Europa.
A definição das categorias temáticas catalogadas no inventário do património geológico corresponde à prática já em curso em muitos países. Por isso, a metodologia está também uniformizada com os outros países europeus, estando estabelecidas as bases de trabalho para desenvolver um trabalho ao nível internacional. José Brilha salienta a importância deste fator, “pois em Portugal tínhamos um ligeiro atraso neste campo, pelo que agora estamos em condições de comparar o nosso património geológico com o dos outros países”. A partir de agora, Portugal tem os instrumentos necessários para implementar uma política de geoconservação, com base neste conjunto de geossítios que correspondem às ocorrências da geodiversidade com valor científico.
Referências:
Costa, P. 2012, Reportagem - Portugal já tem primeiro inventário geológico. GCII - Universidade do Minho [consultado em 30 de maio de 2012 no endereço: http://www.uminho.pt/Newsletters/HTMLExt/31/website/conteudo_561.html]
Referências:
Costa, P. 2012, Reportagem - Portugal já tem primeiro inventário geológico. GCII - Universidade do Minho [consultado em 30 de maio de 2012 no endereço: http://www.uminho.pt/Newsletters/HTMLExt/31/website/conteudo_561.html]
terça-feira, 22 de maio de 2012
Estratégias de Geoconservação
Geoconservation is giving “life” to rocks,
is telling stories about our
planet to make people to understand and love them.
Alexandru Andrăşanu, Sinaia,
2012
Portas de Ródão - Passage of the Tagus at Villa-Velha (Westall, 1823)
Mutos locais com interesse geológico
foram destruídos, ocultados ou irreversivelmente danificados, devido à
alteração do uso da terra para a urbanização e a agricultura. Muitos desses
locais poderiam ter sido preservados, se anteriormente tivesse existido uma inventariação
que denunciasse a sua importância.
A geoconservação surge como uma
necessidade de conservar e gerir o patrimônio geológico e os processos naturais
associados. “Tem o objetivo de preservar a diversidade natural (geodiversidade)
de significativos aspetos e processos geológicos (substratos), geomorfológicos
(formas da paisagem) e do solo, mantendo a evolução natural (velocidade e
intensidade) desses aspetos e processos” Brilha, 20015). A geoconservação
contribui para uma abordagem holística da conservação da natureza e oferece
novas ferramentas no uso sustentável dos recursos naturais, contribuindo para
os objetivos da Agenda 21 (Andrăşanu,
2012). A geoconservação combina quatro conceitos: avaliação da geodiversidade (geossítios,
património geológico, etc.), geoeducação, geoturismo e geoparques.
Desde a década 70 do século
passado que apareceram vários organismos interessados na conservação do
património geológico. Porém, aponta-se as primeiras referências e
desenvolvimento de estratégias de geoconservação, à região da Tasmânia, na
Austrália, a partir da elaboração de um documento intitulado “Estratégias de
Geoconservação da Natureza”. O conceito esteve até 1991 geralmente subordinado a
outras atividades de conservação da natureza. A partir desse ano foram
desenvolvidos diversos conceitos e métodos de geoconservação (Andrăşanu, 2012), com contribuição das
seguintes organizações, eventos e legislação: ProGEO/WG; Digne Declaration – Declaração
Internacional dos Direitos à Memória da Terra, 1991; Rio Conference, 1992; criação
e desenvolvimento do European Network Geoparks, 1997-2000; criação do Global
Geoparks Network, 2000-2004; CE Recommendation 3/2004 (Geological heritage);
IUCN (Almeria, 2007). É de salientar que a partir de 2000, os conceitos geoconservação
e geoparques foram globalizados e a Declaração Internacional dos Direitos à
Memória da Terra é um excelente instrumento para a geoconservação.
Transcreve-se a seguir o seu conteúdo:
Declaração Internacional
dos Direitos à Memória da Terra
(Digne, Fr., 1991 –1º
Simpósio Internacional sobre Protecção do Património Geológico)
1 - Assim como cada vida humana é considerada
única, chegou a altura de reconhecer, também, o carácter único da Terra.
2 - É a
Terra que nos suporta. Estamos todos ligados à Terra e ela é a ligação entre
nós todos.
3 - A
Terra, com 4500 milhões de anos de idade, é o berço da vida, da renovação e das
metamorfoses dos seres vivos. A sua larga evolução, a sua lenta maturação,
deram forma ao ambiente em que vivemos.
4 - A
nossa história e a história da Terra estão intimamente ligadas. As suas origens
são as nossas origens. A sua história é a nossa história e o seu futuro será o
nosso futuro.
5 - A
face da Terra, a sua forma, são o nosso ambiente. Este ambiente é diferente do
de ontem e será diferente do de amanhã. Não somos mais que um dos momentos da
Terra; não somos finalidade, mas sim passagem.
6 -
Assim como uma árvore guarda a memória do seu crescimento e da sua vida no seu
tronco, também a Terra conserva a memória do seu passado, registada em
profundidade ou a superfície, nas rochas, nos fósseis e nas paisagens, registo
esse que pode ser lido e traduzido.
7 - Os
homens sempre tiveram a preocupação em proteger o memorial do seu passado, ou
seja, o seu património cultural. Só há pouco tempo se começou a proteger o
ambiente imediato, o nosso património natural. O passado da Terra não é menos
importante que o passado dos seres humanos. Chegou o tempo de aprendermos a
protegê-lo e protegendo-o aprenderemos a conhecer o passado da Terra, esse
livro escrito antes do nosso advento e que é o património geológico.
8 - Nós
e a Terra compartilhamos uma herança comum. Cada homem, cada governo não é mais
do que o depositário desse património. Cada um de nós deve compreender que
qualquer depredação é uma mutilação, uma destruição, uma perda irremediável.
Todas as formas do desenvolvimento devem, assim, ter em conta o valor e a
singularidade desse património.
9 - Os
participantes do 1.° Simpósio Internacional sobre a Proteção do Património
Geológico, que incluiu mais de uma centena de especialistas de 30 países
diferentes, pedem a todas as autoridades nacionais e internacionais que tenham
em consideração e que protejam o património geológico, através de todas as
necessárias medidas legais, financeiras e organizacionais.
(Tradução de Professor Doutor Miguel M.
Ramalho)
Portugal tem vindo a inventariar
o seu riquíssimo patrimônio geológico, com o levantamento e classificação de
elementos da geodiversidade, quer a nível isolado, quer inseridos em
geoparques. Atualmente o país já conta com três geoparques - Naturtejo da
Meseta Meridional, Arouca Geopark e Açores e encontram-se dois a preparar
candidatura – em Macedo de Cavaleiros e Porto Santo na Madeira. Ainda longe do
desejável, Portugal apresenta algumas iniciativas educativas em relação à
geoconservação, que estão inseridas em projetos de educação ambiental não-formal,
dentro das atividades dos geoparques ou no programa “Geologia no Verão”, sob responsabilidade
da Ciência Viva, da Agência Nacional para Cultura Científica e Tecnológica. Outra
iniciativa interessante para o caso é o curso de Mestrado em Patrimônio
Geológico e Geoconservação, criado em 2005, pela Universidade do Minho, e que
conta como objetivos: contribuir para o incremento da educação para a
sustentabilidade, através do reforço das competências de docentes dos ensinos
básico e secundário das áreas das Ciências Naturais e da Geografia; permitir a
troca de experiências de ações concretas de Geoconservação em desenvolvimento
em áreas protegidas nacionais e estrangeiras; possibilitar o desenvolvimento de
trabalhos de investigação e de projeto no âmbito da Geoconservação que
contribuam para o melhor conhecimento do património geológico e que tenham um
real impacto na gestão de áreas com interesse patrimonial, etc.
As estratégias de geoconservação de
um geossítio incluem uma série de procedimentos, resumidos no seguinte esquema:
A inventariação dos geossítios
passa pelo levantamento sistemático da área, para identificar os diversos tipos
de ocorrência presentes, que inclui a tipologia dos elementos da geodiversidade
a inventariar, a sua localização geográfica, o registo fotográfico e a
caracterização através do preenchimento da ficha de campo respetiva. Serão
tidos em conta os critérios intrínsecos do geossítio, os critérios relacionados
com o uso potencial do geossítio e os critérios relacionados com a necessidade
de proteção do geossítio, quantificados com base numa escala crescente de 1 a 5.
Os primeiros contam a abundância/raridade, extensão, grau de conhecimento
científico, utilidade como modelo para ilustração de processos geológicos, diversidade
de elementos de interesse, local-tipo, associação com elementos de índole
cultural, associação com outros elementos do meio natural e estado de
conservação. Os segundos fazem uma análise sobre as potencialidades de
realização de atividades científicas, pedagógicas, turísticas e recreativas; as
condições de observação, acessibilidade e colheita de elementos geológicos; a
proximidade de povoações, número de habitantes e condições socioeconómicas. Os critérios
relacionados com a proteção do elemento consideram a situação atual,
fragilidade, as ameaças atuais ou potenciais, o regime de propriedade, o valor
dos terrenos e o interesse para a exploração mineira.
Os processos de classificação
terão de estar em sintonia com a legislação existente e as propostas poderão
estar inseridas em âmbitos nacional, regional, local e municipal. Pode
consultar a legislação referente a estes processos em:
A conservação de geossítios
deverá ser orientada para manter a integridade física do geossítio e
paralelamente assegurar acessibilidade ao público.
A valorização e a divulgação do
património geológico realiza-se com um conjunto das ações de informação e
interpretação que vão ajudar o público a reconhecer o valor dos geossítios, em
conjunto com o restante património natural e cultural, nomeadamente centros de
interpretação, percursos e roteiros turísticos, painéis interpretativos,
folhetos, Internet, etc.
A monitorização visa estudar a
capacidade de carga do local, definir ações de manutenção e criar de
estratégias para quantificar a perda da sua relevância ao longo do tempo.
O documentário que se segue
retrata bem o conjunto de aspetos geológicos, geomorfológicos e culturais
de um geoparque. Neste caso trata-se do geoparque Naturtejo da Meseta
Meridional:
Bibliografia:
Agência Nacional para a Cultura científica de Tecnológica. Ciência
Viva [consultado em 21 de Maio de 2012 no endereço: http://www.cienciaviva.pt/home/]
Andrăşanu, A. 2012. Geoconservation Geoparks. Conferência em Sinaia.
University of Bucharest, Romania.
Brilha, J. 2005. Património Geológico e Geoconservação – A Conservação da Natureza na sua Vertente Geológica. Palimage. Imagem Palavra. Braga.
Brilha, J. 2010. Enquadramento Legal de Suporte à Proteção do Património Geológico em Portugal. Ciências Geológicas – Ensino e Investigação e sua História. Volume II, Cap. IV – Geologia e Património Natural (Geodiversidade).
Brilha, J. 2012. Geodiversity, geoconservation and sustainable development. Conferência em Sinaia. Earth Sciences Department University of Minho. Braga. Portugal.
Cunha, L. Estratégias de geoconservação [Consultado
em 21 de Maio de 2012 no endereço: https://woc.uc.pt/fluc/getFile.do?tipo=2&id=7572]
Geoconservation.com [consultado em 21 de Maio de 2012 no endereço:
Universidade do Minho. Mestrado em Património Geológico e
Geoconservação [consultado em 21 de Maio de 2012 no endereço: http://www.dct.uminho.pt/mest/pgg/index_pgg.html]
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Ameaças à Geodiversidade
We will only
conserve what we love.
We will only
love what we understand.
And we will
only understand what we are taught
Baba Dioum, conservacionista africano
Existem várias ameaças à
geodiversidade, que são consideradas maioritariamente de origem antropogénica. Contudo,
nem todos os processos relacionados com a erosão e as mudanças climáticas,
potenciais ameaças à geodiversidade, são consequência das atividades humanas. Alguns
desses processos resultam das dinâmicas da natureza da Terra, que se relacionam
entre si, nomeadamente nas relações inter e intra-ecossistemas, das atividades
sísmica e vulcânica e dos fenómenos climáticos extremos. As ameaças de origem
antropogénica podem ser diretas e indiretas. As primeiras consideram a perda total,
parcial ou dano físico de um elemento de geodiversidade ou do seu acesso,
visibilidade e intervisibilidade, ou ainda, da fragmentação do interesse, impacto
visual, poluição e interrupção do processo natural. Estas ameaças advêm da
extração mineira, da deposição de resíduos, da alteração do uso dos solos, do
desenvolvimento e expansão urbana, da proteção costeira, das atividades
agrícola e turística, da desflorestação e florestação, do crescimento desmedido
da vegetação, do enterro e depósito ilegal, do vandalismo e grafitis e da
recolha de espécimenes (fosseis, minerais e rochas para coleção e venda). As
ameaças antropogénicas indiretas incluem a demografia humana, a erosão e as
alterações climáticas e nível oceânico, originárias da alteração dos
ecossistemas e uso dos solos, da emissão de gases com efeito de estufa e
poluentes e da urbanização junto a locais de interesse. Há ainda a considerar a
iliteracia cultural como ameaça antropogénica indireta, porque é possível
danificar ou destruir um elemento da geodiversidade, por desconhecer os seus
diversos valores: intrínseco, estético, cultural, económico, científico,
educacional, espiritual e funcional.
Subsiste ainda um défice global
relativamente à educação formal sobre a geodiversidade e sua preservação. Esse
défice existe também dentro da comunidade ecologista, que se preocupa mais com
a manutenção de espécies isoladas ou com a biodiversidade, do que com os
elementos da geodiversidade, esquecendo-se de incluir ações de proteção destes,
tão importantes para a manutenção dos ecossistemas.
O desenvolvimento e a expansão
urbana, com a constante construção de edifícios, infraestruturas e
permeabilização dos solos, descaraterizam paisagens, ocultam locais de
interesse, destroem solos, aumentam a erosão, alteram cursos de água, etc. Um
desenvolvimento urbano sustentável deve respeitar as características e as
formas naturais do local.
A agricultura intensiva e
industrial também altera os solos e as paisagens. A maquinaria agrícola modifica
a ecologia e a permeabilidade dos solos, contribuindo para processos erosivos
tanto do solo como de outros elementos da geodiversidade. A utilização de
pesticidas e fertilizantes contaminam as estruturas geológicas com poluentes
químicos.
A construção de diques de defesa
e de dunas de estabilização junto à costa podem danificar a geodiversidade,
porque destroem os processos naturais existentes e a evolução dos sistemas
costeiros. As barragens nos rios descaraterizam a paisagem e alteram o uso do
solo e o fluxo de sedimentos.
A atividade mineira e a extração
de materiais para construção e infraestruturas, provocam um enorme impacte na
geodiversidade. Paisagens alteradas, solos removidos e rochas despedaçadas. O
problema agrava-se quando os solos são raros, as paisagens belíssimas, os
stocks do tipo de rocha limitados e onde existem magníficos e raros espécimes
de minerais e fósseis. Paralelamente a atividade mineira é altamente poluente
dos solos e paisagens, provenientes das atividades e do depósito de material
rejeitado.
As árvores são importantes na
conservação natural do solo, porque previnem a erosão. Todavia, a reflorestação
e a florestação com crescimento descontrolado podem ocultar a visibilidade e o
acesso aos elementos da geodiversidade. As raízes são uma ameaça às estruturas
geológicas sensíveis e a plantação de algumas espécies, como as coníferas,
podem acidificar os solos. A desflorestação aumenta a erosão do solo,
danificando elementos e paisagens.
Muitas das atividades turísticas
provocam impactes significativos à geodiversidade. O pisoteio causado pela passagem
de pessoas causa compactação do solo e elimina a vegetação. Relativamente a este
problema é necessário ter em consideração a capacidade de carga do local. O uso
de veículos automóveis motorizados de todo-o-terreno pode levar à erosão e à
instabilidade de taludes e escarpas e à destruição de dunas e outros elementos
da geodiversidade. Os desportos de inverno de montanha, nomeadamente o esqui,
alteram partes da morfologia local e provocam impactes significativos nos solos
e sedimentos.
Os
turistas gostam também de colher exemplares da geodiversidade, partindo
estalactites e rochas com minerais e fósseis visíveis. Muitas vezes, a demanda
de é tal ordem que desaparece por completo qualquer vestígio do elemento da
geodiversidade que caraterizava a importância do local.
As ameaças à geodiversidade podem
deixar de o ser e tornarem-se uma realidade que destrói a integridade dos
elementos da geodiversidade, que levaram milhões de anos a formarem-se, destruírem
depósitos geológicos finitos e a informação paleoambiental contida, bem como
contaminarem e danificarem solos e aquíferos.
Bibliografia:
Brilha,
J. 2005. Património Geológico e Geoconservação – A Conservação da Natureza na
sua Vertente Geológica. Palimage.
Imagem Palavra. Braga.
Brilha, J. 2012. Geodiversity, geoconservation and
sustainable development. Conferência em Sinaia. Earth Sciences Department University of
Minho. Braga. Portugal.
Geoconservation.com http://www.geoconservation.com/management/threats.htm
Gray, M., 2004. Geodiversity - valuing and conserving abiotic nature. John Wiley & Sons,
Ltd.
Gray, M., Jungerius, P.D., van den Ancker,
J.A.M., Brilha, J., Bewnnet, M., Hooke, J., Koster, E.W., Nieto, L., Poesen,
J., Tofason, H., 2004. European Union
Solil Thematic Strategy Geodiversity and Geoheritage as features of Soil
Protetion. Advice to
the Working Groups Towards a Thematic Strategy for Soil Protection. (COM (2002) 179 C5-0328/2002 2002/2172(COS)). Committee on the Environment, Public Health and
Consumer Policy
sábado, 5 de maio de 2012
Geodiversidade
A geoconservação é a parte que falta na conservação da natureza
Sharples, 2002
1. Geodiversidade
Nos anos 80 do século passado, Kevin Kiernan utilizou expressões, tais como landform diversity e geomorphic diversity, que se aproximam do termo geodiversidade. Contudo, pensa-se que começou a ser utilizado por investigadores australianos, comparativamente ao termo biodiversidade (já tratado neste Blog), em estudos efetuados na área da conservação geológica e geomorfológica, na Tasmânia, nomeadamente por Sharples (1993), Kiernan (1994, 1996, 1997a) e Dixon (1995, 1996a,b). O termo foi evoluindo, desde diversity of earth features and systems de Sharples (1993); passando por It is the link between people, landscapes and culture; it is the variety of geological environments, phenomena and processes that make those landscapes, rocks, minerals, fossils and soils which provide the framework for life on Earth, de Sharples (2002a); para the range or diversity of geological (bedrock), geomorphological (landform) and soil features, assemblages, systems and processes, da Australian Heritage Comission (2002); passando ainda por the complex variation of bedrock, unconsolidated deposits, landforms and processes that form landscapes … Geodiversity can be described as the diversity of geological and geomorphological phenomena in a defined area, do Nordic Council of Ministers (2003); e também por the variety of rocks, fossils, minerals, natural processes, landforms and soils that underlie and determine the character of our landscape and environmente, de Stace & Larwood (2006); até à definição atualmente mais aceite the variety of rocks, fossils, minerals, landforms, soils and natural processes that support biodiversity and determine the character of our natural landscape and environment, do British Institute for Geological Conservation.
Assim, a geodiversidade é definida pela diversidade de rochas, fósseis, minerais, relevos, solos e processos naturais que sustentam a biodiversidade e determinam as caraterísticas da paisagem natural e do ambiente. Stanley, em 2002, afirma que a biodiversidade faz parte da geodiversidade.
2. Exemplos da geodiversidade
Minerais
Rochas
Estratos sedimentares
Solos
Falhas e dobras
Fósseis
Estalagmites e estalactites
Glaciares
Formas
Processos geológicos e geomorfológicos
Paisagens
Arribas
3. Valores da Geodiversidade - exemplos
3.1. Valore intrínseco - valor independente do homem
3.2. Valor cultural - nomes de locais, construção tradicional, mitos e lendas, atividades tradicionais
3.3. Valor estético . trabalhos artísticos, lazer
3.4. Valor económico - recursos minerais, aproveitamento geotérmico
3.5. Valor funcional - in situ, suporte para sistemas físicos e ecológicos
3.6. Valor científico e educacional - explicação científica, centros de interpretação
4. Ameaças à geodiversidade - exemplos
Minas e pedreiras
Urbanização – expansão urbana, infraestruturas, gestão dos rios, erosão costeira
Florestação, desflorestação e agricultura
Atividades militares
Atividades recreativas e turísticas
Recolha de exemplares
Iliteracia cultural
5. Proteção
Valores + Ameças = Proteção
5.1. Geoconservação
A geoconservação tem como objetivo a preservação da diversidade natural (ou geodiversidade) de significativos aspetos e processos geológicos (substrato), geomorfológicos (formas de paisagem) e de solo, mantendo a evolução natural (velocidade e intensidade) desses aspetos e processos (Sharples, 2002). A geoconservação contribui para uma abordagem holística da conservação da natureza, oferece novas ferramentas para o uso sustentável dos recursos naturais e combina quatro conceitos fundamentais: avaliação da geodiversidade (geossítios, património geológico), geoeducação, geoturismo e geoparques (Andrăşanu, 2012)
5.2. Geossítio e geomonumento
O geossítio ou geótopo é uma ocorrência de pelo menos um elemento da geodiversidade com elevado valor científico, educacional, cultural ou turístico, com um limite bem definido e que foi surgindo o interesse pela sua proteção. Nos casos em que a importância do geossítio é excecional, atribui-se a designação de geomonumentos.
5.3. Património geológico
O património geológico é o conjunto de geossítios de uma determinada área.
5.4. Geoturismo
O geoturismo é parte da atividade ecoturística que se baseia na geodiversidade, nomeadamente visitas a locais de interesse geológico e geomorfológico.
5.5. Geoparque
O geoparque é uma área classificada, com limites bem definidos e suficientemente grande que permita a conjugação da geoconservação com o desenvolvimento sustentável (UNESCO, in Brilha, 2005). Deverá contar com geossítios associados a valores científicos, arqueológicos, ecológicos, históricos, culturais (Brilha, 2005). Um geoparque é um diálogo entre o Homem e a Terra (Andrăşanu, 2012).
6. Arouca Geopark - Um exemplo português de um geoparque
6.1. Geologia de Portugal continental
Portugal, mesmo sendo um país pequeno, apresenta uma enorme geodiversidade.
A caracterização geológica do território de Portugal continental é constituída a nível cronológico e da estrutura dos terrenos por três unidades fundamentais:
- O Maciço Antigo ou Hespérico, formado por rochas magmáticas, nomeadamente granitos, e por rochas metassedimentares, do Pré-câmbrico Superior ao Carbónico, que foram profundamente afetadas pela Orogenia Hercínica;
- A Orla Mesocenozóica Ocidental ou Lusitana e a Orla Meridional ou Algarvia, com depósitos sedimentares de calcários, margas e arenitos, provenientes de ambientes marinhos de plataforma e fluviais;
- As Bacia Cenozóicas do Tejo e do Sado de fácies marinhas e continentais.
- As três intrusões magmáticas, Sintra, Sines e Monchique, e a atividade vulcânica subaérea na zona de Lisboa do final do Cretácico;
- As formações dunares móveis e consolidadas, bem como terraços marinhos e fluviais, aluviões e areias de praia do Quaternário.
Relativamente à diversidade geológica em Portugal, vale a pena ver o seguinte documentário:
6.2. Património geológico de Arouca
Mapa de geossítios
A região de Arouca reúne um conjunto de ocorrências geológicas que devido à sua importância e singularidade, contribuíram para a criação do geoparque, nomeadamente:
- As “Pedras parideiras” - afloramento de nódulos de biotite em rochas graníticas;
- Trilobites de dimensões extraordinárias - fósseis de invertebrados do Ordovícico Médio de Canelas;
- Mineralizações de ouro, antimónio, estanho e tungsténio – exploradas, em alguns casos, desde a época de ocupação romana da Península Ibérica;
- Frecha da Mizarela associada a um contacto granito/xisto – uma das maiores quedas de água da Europa, com elevado valor estético;
- Paisagens de elevado valor estético - miradouros dispersos, onde se observam diversos aspetos geomorfológicos de grande interesse;
- Rápidos do rio Paiva - utilizados pelas empresas de desporto aventura, contribuindo para o geoturismo e ecoturismo;
- Solos férteis - resultantes da meteorização e erosão das montanhas envolventes, que são responsáveis pela riqueza agrícola que caracteriza a região.
http://www.geoparquearouca.com/?p=home
E o seguinte vídeo:
Como informação final, terá lugar no Arouca Geopark, entre 19 a 21 de setembro deste ano, a 11ª conferência de geoparques europeus. Mais informações em:
http://www.2012egnconference.com/
Bibliografia
Andrăşanu, A. 2012. Geoconservation Geoparks. Conferência em Sinaia. University of Bucharest, Romania.
Arouca Geopark. [consulta em 4 de maio de 2012 no endereço: http://www.geoparquearouca.com/?p=home]
Brilha, J. 2005. Património Geológico e Geoconservação – A Conservação da Natureza na sua Vertente Geológica. Palimage. Imagem Palavra. Braga.
Brilha, J. 2012. Geodiversity, geoconservation and sustainable development. Conferência em Sinaia. Earth Sciences Department University of Minho. Braga. Portugal.
Gray, M. 2004. Geodiversity. Chichester: John Wiley & Sons Ltd.
Ramalho. M. 2004. Património Geológico Português – importância científica, pedagógica e sócio-económica. Geonovas nº 18, pp. 5 a 12. Associação portuguesa de geólogos.
Sharples, C. 1993. A Methodology for the Identification of Significant Landforms and Geological Sites for Geoconservation Purposes. Report to Forestry Commission, Tasmania.
Sharples, C. 2002. Concepts and Principles of Geoconservation. Tasmanian Parks & Wildlife Service website.
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