quarta-feira, 30 de maio de 2012

Geoturismo

Primeiro Congresso Internacional de Geoturismo realizou-se no ano passado (2011), 9 a 13 de Novembro, no Arouca Geopark, sob os auspícios da UNESCO, o Congresso Internacional de Geoturismo – “Geotourism in Action – Arouca 2011″. .



Até este Congresso Internacional de Geoturismo existiam várias definições sobre geoturismo. Neste evento, o debate sobre este aspeto, trouxe uma definição conjunta entre a comunidade de geólogos e a conhecida revista internacional National Geografic, donde saiu a Declaração de Arouca.  




Declaração de Arouca:
O geoturismo é "o turismo que sustenta e incrementa a identidade de um território, considerando a sua geologia, ambiente, cultura, valores estéticos, património e o bem-estar dos seus residentes".

1. Reconhece-se a necessidade de clarificar o conceito de geoturismo. Deste modo entendemos que geoturismo deve ser definido como o turismo que sustenta e incrementa a identidade de um território, considerando a sua geologia, ambiente, cultura, valores estéticos, património e o bem-estar dos seus residentes. O turismo geológico assume-se como uma das diversas componentes do geoturismo;

2. O turismo geológico é uma ferramenta fundamental para a conservação, divulgação e valorização do passado da Terra e da Vida, incluindo a sua dinâmica e os seus mecanismos, e permitindo ao visitante entender um passado de 4600 milhões de anos para analisar o presente com outra perspetiva e projetar os possíveis cenários futuros comuns para a Terra e a Humanidade;

3. A valorização do património geológico deve procurar ser inovadora e privilegiar a utilização de novas tecnologias de informação, de preferência para melhorar o conteúdo veiculado pelos clássicos painéis de informação;

4. Recorrentemente as experiências de valorização e informação do património geológico não são inteligíveis pelo público em geral. Normalmente deparamos com autênticos tratados científicos que, ao usarem uma linguagem altamente especializada, implicam a incompreensão dos visitantes e limitam a sua utilidade turística. A disponibilização de informação deverá ser acessível e inteligível para o público em geral, vertida em poucos conceitos básicos e apresentados de forma clara, em resultado da conjugação dos esforços de cientistas, especialistas de interpretação e técnicos de design.

5. Entendemos assim ser tempo de relembrar os princípios básicos de interpretação propostos em 1957 por Freeman Tilden e de aplicá-los ao património geológico:
Toda a valorização do património geológico que não se adeqúe, de uma forma ou de outra, à personalidade ou à experiência de vida de um visitante é estéril;
A informação não é interpretação. A interpretação é uma revelação baseada na informação. As duas coisas são totalmente diferentes, mas toda a interpretação apresenta informação;
A interpretação de um espaço natural deve provocar e despertar a curiosidade e a emoção muito mais do que ensinar;

6. Encorajamos os territórios a desenvolver o geoturismo, focado não apenas no ambiente e no património geológico, mas também nos valores culturais, históricos e cénicos. Neste sentido, incentivamos o envolvimento efetivo entre cidadãos locais e visitantes, para que estes não se restrinjam ao papel de turistas espectadores, ajudando assim a construir uma identidade local, promovendo aquilo que é autêntico e único no território. Desta forma conseguiremos que o território e os seus habitantes obtenham integridade ambiental, justiça social e desenvolvimento económico sustentado.




Aspetos culturais do geoturismo:



Referências:

Arouca Geopark. [consulta em 30 de maio de 2012 no endereço: http://www.geoparquearouca.com/?p=home]

Brilha, J. 2012. Geodiversity, geoconservation and sustainable development. Sinaia. Earth Sciences Department University of Minho. Braga. Portugal

RTP / Youtube


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